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A insuficiência das palavras.

  • Nicolau Benjamim
  • 17 de jul. de 2019
  • 2 min de leitura

- Se, sem mentiras, me explicares e assim o quiseres, terei todo o gosto. - Só se tiveres o gosto! - O gosto? - Sim, um gosto é um entre tantos, o gosto é a importância deste entre todos os outros. - Tamanho preciosismo nas palavras. - Não devo eu subentender o que dizes, palavras são tudo e se mentirosos somos é pela ausência destes preciosismos. - São as palavras insuficientes, por vezes. - Discordo. - Deves ser o primeiro. - É uma bonita frase para se dizer, liberta-nos a nós de responsabilidade tal qual gosta o Homem. Hajam frases dessas feitas para que se liberte o Homem de suas fragilidades e incompetências. - Então, não são as palavras insuficientes é o Homem que se liberta de responsabilidade? - Tal e qual. Foram as tuas palavras mais que suficientes para isto dizer. - Sim, mas por vezes… - Por vezes é o Homem insuficiente, não as palavras. - É o Homem pequeno para as palavras? - Tanto quanto eu estar aqui a existir neste momento. - É forte isso. - É a verdade. É por isso que é o homem mentiroso! - Por ser a verdade forte? - Claro está. - Tens por isso das palavras, respeito. - Tantas são as palavras, tão harmoniosas e infames, dependendo do que aches tu belo, impactantes e sem valor, chocantes e calmantes. Tantas quantas queiras. Usá-las é um dom. De tantas… é um dom dizer as certas, nos exactos momentos, para aquele que à tua frente está e que é diferente do que esteve à instantes. Bem, e isto, isto é um dom de quase nenhum. Ainda estamos a aprender a amá-las, a respeitá-las. A fazer amor com elas, a imiscuir-nos nelas para que sejam tão integralmente nossas que as saibamos empregar. São elas suficientes, os insuficientes somos nós.

 
 
 

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